Aconseg Centro-Oeste: Seguradoras e assessorias pensam juntas o futuro do mercado

Aconseg Centro-Oeste: Seguradoras e assessorias pensam juntas o futuro do mercado

Debate discute qualificação e entrada de novos profissionais, além da ampliação do acesso ao seguro e o crescimento do setor

Já na 1ª Convenção realizada em 2024, a Aconseg Centro-Oeste trouxe pautas importantes e assuntos relacionados à atuação do mercado de assessorias em seguros. Na 2ª Convenção os temas seguiram a mesma lógica e, segundo a presidente Enir Junker, a ideia é justamente discutir inspirações para os desafios que vêm pela frente, visando um mercado mais saudável para todos os entes do ecossistema de seguros.

Enir Junker, presidente da Aconseg Centro-Oeste

Entre eles está o desafio de criar mão de obra qualificada, que atinge a todos no mercado de seguros, mas principalmente seguradoras e assessorias.
Segundo Antonio Edmir Ribeiro, diretor territorial da MAPFRE e também presidente do Sindseg-NNE, a companhia vai a universidades apresentar a MAPFRE como uma opção de carreira. “Mostramos o setor para futuros profissionais e convidamos as pessoas a olharem para o seguro”.

Antonio Edmir Ribeiro, diretor territorial da MAPFRE
Antonio Edmir Ribeiro, diretor territorial da MAPFRE

A política da Tokio Marine consiste em evitar buscar profissionais da área comercial no próprio mercado. Segundo Jean Brunetto, diretor comercial varejo Centro-Oeste da Tokio Marine, a companhia desenvolve uma trilha de carreira e forma profissionais.

“A Tokio criou o Programa Sementes do Brasil, em que diretores e gerentes tornam-se mentores de jovens em situação de vulnerabilidade social. A companhia já incorporou muitos desses profissionais”.

Jean Brunetto, diretor comercial varejo Centro-Oeste da Tokio Marine
Jean Brunetto, diretor comercial varejo Centro-Oeste da Tokio Marine

Já a Suhai tem buscado parcerias com instituições de ensino para a formação de pessoas e também trazer pessoas de outras indústrias. Conforme Eduardo Grillo, diretor comercial da Suhai, as pessoas entram na base, passam pela formação da companhia, que busca trabalhar a retenção por meio do clima empresarial.

Eduardo Grillo, diretor comercial da Suhai
Eduardo Grillo, diretor comercial da Suhai

Gabriel Mariano, superintendente de Negócios da Bradesco Seguros, falou do desafio de reter talentos. “Na Fundação Bradesco são oferecidos cursos, inclusive educação financeira. Também temos o Programa Caminhos voltado à gestão de pessoas”, disse o executivo, que ainda destacou que a Universeg, universidade corporativa da seguradora, possui mais de 600 conteúdos para qualificação.

Gabriel Mariano, superintendente de Negócios da Bradesco Seguros
Gabriel Mariano, superintendente de Negócios da Bradesco Seguros

Solon Barretto, VP CCO e CX da Alba Seguradora, ressaltou que o problema de formar profissionais e, quando ele está formado, deixar a companhia é antigo.

“Precisamos desenvolver um caminho melhor”. Segundo ele, a Alba investe na capacitação interna, inclusive com o apoio da ENS. “O mercado pode se unir e fazer um modelo novo”.

Solon Barretto, VP CCO e CX da Alba Seguradora
Solon Barretto, VP CCO e CX da Alba Seguradora

Cenário econômico e crescimento do mercado

Diego Bifoni, diretor territorial MG, Rio e Centro Oeste da MAPFRE, sugeriu que a agenda dos seguros obrigatórios seja trabalhada. “Para o crescimento do mercado chegar a 10% em quatro anos, é audacioso. Não passa apenas pela digitalização e escala, mas passa pelo nosso papel de falar sobre os seguros obrigatórios. É uma agenda política. Seguros obrigatórios é uma agenda que a Aconseg pode liderar”, recomendou Bifoni.

Diego Bifoni, diretor territorial MG, Rio e Centro Oeste da MAPFRE
Diego Bifoni, diretor territorial MG, Rio e Centro Oeste da MAPFRE

Ribeiro, também da MAPFRE, lembrou que o consumo per capita de seguro do brasileiro é baixo. “O consumo de seguros vai aumentar porque estamos mais no dia a dia das pessoas”, defendeu.

Para o diretor da Tokio Marine, os cenários da economia não vão alterar muito o resultado do mercado de seguros. “As assessorias podem aproveitar para provocar os corretores. Nós, seguradoras, temos provocado, como por exemplo, com o movimento de venda do vida. São ações como essas que vão fazer com que cheguemos às novas oportunidades e novos mercados”.

Grillo também acredita que o mercado alcançará os 10% de penetração no PIB. “Principalmente se os corretores ampliarem a visão do que temos aqui. A revolução tecnológica precisa acontecer. Há muito mercado para atingirmos, mas o corretor não sabe usar. Precisamos ajudá-lo. O mercado digital é mais fácil, mas requer um passo a passo. Precisamos, como líderes de mercado, ajudar a expandir”.

“Acredito que vamos chegar a 10% de crescimento, pois crescemos nas piores crises”, disse Barretto.

Para o crescimento do mercado, a ampliação do acesso é fundamental. Como as seguradoras estão se preparando para oferecer produtos mais acessíveis, simples e relevantes foi outra abordagem.

De forma geral, algumas companhias têm desenvolvido algumas inovações. Bifoni citou como exemplo o parcelamento em 12 vezes sem juros do seguro de automóvel.

Há que se pensar em formas de ofertar, segundo Bifoni, porque o mercado não vai crescer buscando renda no mesmo extrato de consumidores. “A forma como vamos nos comunicar com o novo cliente é o que nos fará crescer”.

O mesmo pensa Ribeiro. “É necessário investir mais em comunicação clara para a sociedade, em propaganda e assim propagar o seguro”.

Para Brunetto, o mercado tem uma boa gama de produtos, o problema é a oferta. “As pessoas sabem que ele é corretor? Precisamos incentivar as pessoas a falarem de seguro o tempo todo, que os corretores falem sobre seguro o tempo todo e explodir essa comunicação”.

Grillo concorda com Brunetto. Ele recomenda ao corretor entender o que o segurado quer comprar. “O cliente de baixa renda paga em dia, precisa e renova”, ressaltou Grilo, sobre o olhar para esse consumidor.

Barretto lembrou que este é um tema que causa desconforto para todos. “Temos um país desigual. Quando montamos a Alba, discutimos o plano de negócios e escolhemos a massificação via assessorias. O corretor precisa ser incluído no mundo da massificação para construir o produto e ofertá-lo.”

3ª Convenção

A próxima edição da Convenção da Aconseg Centro-Oeste será realizada em 2026, em Brasília (DF).

Conteúdo da edição 2 da Revista da Aconseg Centro-Oeste