Evento da Guy Carpenter discute os impactos econômicos de catástrofes

Evento da Guy Carpenter discute os impactos econômicos de catástrofes

Especialistas se reuniram no dia 24 de setembro, na Amcham (SP), para debater o tema “Estratégias em risco climático – prevenções e soluções para o Brasil”

Nova realidade de riscos catastróficos no Brasil

Guy CarpenterNa abertura do evento, o CEO da Guy Carpenter, Pedro Farme, declarou que o Brasil “deixou de ser um país não catastrófico” e que o mercado de seguros precisa se adaptar a essa nova realidade. Ele defendeu uma ação coordenada entre governo, indústria de seguros e entidades de classe para minimizar os impactos econômicos de eventos extremos.

Atualmente, com a baixa penetração de seguros, a maior parte dos prejuízos causados por desastres não possui cobertura, o que sobrecarrega os cofres públicos com gastos emergenciais que aumentam o déficit fiscal e comprometem a estabilidade econômica do País.

Em contrapartida, o mercado segurador oferece uma solução eficaz, ao injetar capital na economia, permitindo que empresas, famílias e o governo se recuperem sem consumir poupanças ou aumentar o endividamento.

Segundo Farme, experiências internacionais demonstram que, em países com alta penetração de seguros, a injeção desse capital impulsiona a recuperação econômica, permitindo que o PIB se restabeleça e até supere as expectativas após uma catástrofe.

Tecnologia e dados para capacitar o mercado

A necessidade de aprimorar a avaliação de riscos encontra na tecnologia uma aliada fundamental. No evento, a Guy Carpenter apresentou a plataforma GC AdvantagePoint®, que apoia o mercado de seguros na mensuração e na precificação adequada de riscos ligados a eventos da natureza.

Trata-se de um modelo preditivo baseado em simulações estatísticas, capaz de converter dados complexos sobre perigos climáticos em um indicador financeiro claro. Dessa forma, o sistema capacita seguradoras a gerenciar suas carteiras com mais estratégia.

Especialistas da Guy destacaram, na apresentação, que a modelagem de riscos é fundamental para ampliação da oferta de seguros e redução da lacuna de cobertura para catástrofes – atualmente, na faixa de 90% a 95%. Assim, o setor tem a oportunidade de liderar essa transformação de forma proativa e colaborativa, fortalecendo a resiliência da sociedade.

São Paulo como estudo de caso: desafios e respostas 

Guy CarpenterTrazendo o debate para a esfera municipal, o Secretário Executivo de Mudanças Climáticas de São Paulo, José Renato Nalini, detalhou como a metrópole enfrenta os impactos do clima. A cidade conta com um ambicioso Plano de Ação Climática, com 54 metas em cinco eixos, sendo 86% delas já em andamento.

Nalini destacou que o crescimento vertical e a falta de solo permeável na cidade intensificam fenômenos climáticos extremos, como vendavais e enchentes. Ele apontou o transporte como o principal vilão do clima, responsável por 61% da emissão de gases de efeito estufa. Para minimizá-las, a prefeitura busca eletrificar a frota de ônibus e estuda usar biometano como combustível alternativo.

Nalini também expressou preocupação com a saúde da população, uma vez que a poluição do ar reduz a expectativa de vida do paulistano em relação a outras cidades. O impacto é ainda maior na periferia.

O papel estratégico do seguro na agenda climática 

Guy CarpenterDiante de desafios como os da capital paulista, o CEO da CNSeg, Dyogo Oliveira, apresentou propostas para reforçar a participação do mercado segurador na agenda climática. Entre as ideias, está a criação de um seguro social de catástrofe, a exemplo de países como a França.

Ele também falou sobre a importância de desenvolver canais de investimento do setor em projetos sustentáveis e incentivou a criação de um hub de parcerias para aprimorar avaliação de riscos climáticos na subscrição, buscando maior assertividade na precificação de apólices.

Além disso, defendeu a criação de uma taxonomia sustentável para classificar atividades econômicas com base em critérios ambientais e sociais, posicionando o mercado como facilitador de práticas responsáveis.

Por fim, Oliveira ressaltou a necessidade de uma visão de longo prazo e maior planejamento para otimizar a alocação de recursos públicos, que hoje são mais utilizados na resposta a desastres do que na prevenção. Nesse sentido, o know-how de análise de riscos do mercado de seguros pode apoiar um direcionamento estratégico dos investimentos.

Veja fotos do evento: https://drive.google.com/drive/folders/1rEzJ6qXQTrBR9cV5CBVmCLFsqtML-aUV

Fonte: Assessoria de imprensa Guy Carpenter