Instrumento de Garantia, uma modalidade de Título de Capitalização para quem busca segurança em negociações

Instrumento de Garantia, uma modalidade de Título de Capitalização para quem busca segurança em negociações

Por Carlos Alberto Corrêa, diretor-executivo da FenaCap

Os títulos de Capitalização cada vez mais têm despertado o interesse de pessoas físicas e jurídicas em todo o país. O segmento já foi muito associado à modalidade tradicional, aquela que permite ao cidadão se programar para guardar dinheiro e ainda concorrer a sorteio de prêmios. No entanto, ao longo das décadas, o mercado se mostrou resiliente e inovador, diversificando seus produtos e soluções, o que contribuiu para a versatilidade e a robustez de um setor que colabora ativamente para a economia brasileira. Como exemplo prático, cito a modalidade Instrumento de Garantia, que pode ser utilizada, inclusive, na contratação de grandes obras públicas.

No ano passado, foi sancionada a Lei nº 14.770/23 que permite o uso de títulos de Capitalização como garantia em licitações e contratos públicos de bens e serviços nos âmbitos federal, estadual e municipal. A operação é válida em todos os modelos de contratação pública. Caso ocorra qualquer incorreção ou descumprimento do que foi firmado na licitação pública, o resgate é feito em nome do poder público, para honrar o compromisso assumido.

Por garantir contratos de qualquer natureza, o Instrumento de Garantia é a terceira modalidade da Capitalização em arrecadação no país. De janeiro a junho, a receita somou R$ 1,6 bilhão, ficando atrás apenas das opções Tradicional (R$ 10,94 bilhões) e Filantropia Premiável (R$ 1,94 bilhão). Em resgates e sorteios, o Instrumento de Garantia pagou R$ 1,5 bilhão.

Muitos clientes escolhem essa modalidade do Instrumento de Garantia para evitar, por exemplo, a figura do fiador ao negociar o aluguel de um imóvel. É uma solução prática e segura para inquilinos, que oferecem um título como prova de que cumprirão com suas obrigações, e para os proprietários, que ficam tranquilos em relação ao contrato. Lembrando: caso não seja necessário fazer resgate ao longo do período estabelecido, é possível receber todo o dinheiro de volta, corrigido pela TR. E, enquanto o título estiver vigente, o cliente ainda concorre a sorteios.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no país há 74 milhões de imóveis. Ao todo, 16 milhões são alugados, sendo que em 14% deles os inquilinos recorrem a alguma garantia locatícia paga. Os títulos ganharam espaço nesse mercado, mas ainda é possível expandir a sua utilização. Existem outros tipos de contratos privados que poderiam utilizar o título de capitalização como garantia, tais como: compra e venda de energia, locação de equipamentos, empréstimos, locação de eventos, entre outros.

O estudo “Estimativa de Potencial de Mercado para a Capitalização”, realizado pela FenaCap, estima que a arrecadação do Instrumento de Garantia pode atingir R$ 23 bilhões anuais, os resgates R$ 19 bilhões e os sorteios R$ 38 milhões em 2026. Um futuro promissor de um setor que se mantém sólido, versátil e resiliente com 95 anos de atuação em prol do desenvolvimento econômico do país.