Conec 2025: Executivos discutem o futuro inteligente do corretor de seguros

Conec 2025: Executivos discutem o futuro inteligente do corretor de seguros

Debate abre um verdadeiro portal de ideias, iniciativas e exemplos do uso da tecnologia em favor do protagonismo da corretagem de seguros no Brasil

Bianca Notário

Foi com um exemplo prático, através de uma conversa por intermédio da Inteligência Artificial, que Rafael Altomare, especialista da área de Tecnologia, abriu o painel “SinergIA Digital – O futuro inteligente do corretor de seguros”, tema central da 20ª edição do Conec, realizado entre os dias 25 e 27 de setembro, no Distrito Anhembi, em São Paulo.

Conec 2025_Sinergia Digital - 1Mediado por Edson Fecher e Rogério Freeman, membros do Sincor-SP, o debate abriu um verdadeiro portal de ideias, iniciativas e exemplos do uso da tecnologia para os corretores alavancagem os seus negócios como protagonistas da distribuição de seguros pelo Brasil.

Representantes de grandes companhias do mercado segurador fizeram suas contribuições sobre o assunto e reforçaram que, apesar do uso estratégico das novas tecnologias, o toque humano do corretor é o que transforma os dados em relações e os produtos em proteção.

“Olhando para o futuro, nós todos seremos protagonistas e a IA (Inteligência Artificial) será o nosso copiloto. Para que realmente, trabalhando juntos, possamos ser muito mais efetivos na consultoria estratégica”, destacou Marco Antônio Messere Gonçalves, presidente do Conselho Consultivo da MAG Seguros e presidente do Fórum Mário Petrelli.

Segundo Fábio Ventura, superintendente Comercial Regional do RJ/ES da SulAmérica, em meio a tantas tarefas operacionais, a IA ajuda o corretor a mapear leads qualificados em determinadas regiões, assim como a fazer uma análise mais assertiva e ofertas personalizadas para ganho de produtividade. “Você analisa o comportamento de consumo para entender qual o melhor momento e o melhor produto. O corretor ganha produtividade, maior eficiência e novos negócios”.

Transformação na prática

Entre os exemplos apresentados, hoje já é possível adquirir dispositivos com preços acessíveis para gravação de informações que podem ser facilitadores na elaboração de relatórios. Os mediadores colocaram o Departamento de Tecnologia do Sincor-SP à disposição dos corretores para orientá-los na transformação de seus negócios.

Como desafio prático, Eduard Folch, presidente da Allianz Seguros, orientou os presentes a utilizarem o ChatGPT para selecionar o grande volume de informações, novidades das companhias e sinistros em dados que são importantes para cada área de suas corretoras. “Essas tecnologias são relativamente econômicas, elas têm muitas possibilidades e o melhor que se pode fazer é experimentá-las”.

Amit Louzon, CEO da Ituran Brasil, enfatizou que a IA pode atuar em toda a jornada do cliente, na renovação, na emissão de apólice e pagamentos de boletos. “A IA não vai substituir o corretor, mas vai substituir muitas tarefas que exigem muito tempo. O corretor pode alocar mais tempo para o propósito dele que é ser consultor, uma pessoa de confiança do cliente”.

Conec 2025_Sinergia Digital1 - 1De acordo com ele, os investimentos com licenças de IA são acessíveis, sendo maiores os custos para os corretores se aperfeiçoarem para o uso destas novas ferramentas. “O corretor já vai receber das seguradoras todos os softwares com algum nível de IA embutida. Há também muitos cursos online gratuitos que ajudam o corretor a criar o prompt (pergunta adequada)”.

O raciocínio foi complementado por Eduardo Borges, vice-presidente do Grupo Autoglass e head da Maxpar Assistências: “As pessoas não podem se limitar. Vivemos a era da informação e o corretor vai conseguir produzir muito mais com menos (investimento)”.

Empatia: ferramenta essencial

O CEO da Zurich Seguros Brasil, Edson Franco, apresentou um estudo internacional que aponta que o Brasil está entre os mercados que mais valorizam a empatia – 86% dos consumidores brasileiros dizem que é importante que uma empresa seja empática e que se preocupe com as suas necessidades.

Franco destacou que o Brasil aparece em segundo lugar na pesquisa, empatado com Portugal; o Chile esteve em primeiro lugar; a Suíça em 7º lugar e a Alemanha em 10º lugar.

Conforme o estudo, 62% dos brasileiros acreditam que a IA não é empática e 65% dizem que a IA já os ajudou em algum momento. “A IA é uma ferramenta para nos ajudar a prestar o melhor serviço aos nossos clientes, ao menor custo possível e com maior eficiência operacional. Nada vai substituir o relacionamento humano. Para o consumidor brasileiro, a empatia não é diferencial, ela é essencial”, ressaltou o executivo.

A análise foi complementada por Fábio Ventura, da SulAmérica: “A máquina pode criar uma imagem, pode aprender a criar vídeos, mas quem está no comando é o ser humano. E a utilização deste instrumento é feita por nós. Parabéns pelo trabalho que os corretores desenvolvem, de consultoria e proteção, um trabalho que é social, inclusive”, finalizou.