Painel Transformação Digital na Corretagem de Seguros marcou segundo dia de programação do Conec 2025
Bianca Notário
Considerada a “bola da vez” não só da categoria da corretagem de seguros, como também de outros segmentos, a transformação digital foi o tema central do painel mediado pelos diretores do Sincor-SP, Marcos Abarca e Fernando Alvarez, durante a 20ª edição Conec 2025, realizado no Distrito Anhembi, em São Paulo.
O debate destacou experiências e estratégias de grandes seguradoras no que diz respeito às ferramentas tecnológicas voltadas a melhorar, ainda mais, a jornada dos corretores de seguros na era da Inteligência Artificial (IA).
Questionados pelos mediadores sobre como é possível ampliar a participação dos corretores no desenvolvimento de ferramentas e portais que fazem a interligação com os agentes da corretagem de seguros, os executivos convidados para o painel destacaram que há uma efetiva participação dos corretores nestes processos.
Segundo o presidente da Tokio Marine, José Adalberto Ferrara, são realizadas duas pesquisas anuais junto a 45 mil corretores parceiros e há um grupo de corretores que contribui ativamente com o lançamento dos produtos e serviços. Os corretores podem participar do Conectados, iniciativa criada para ouvir profissionais de todo o Brasil. “Está no DNA da Tokio Marine fazer essas consultas. Agora, com as novas tecnologias que estão surgindo, o grande desafio é saber como vamos utilizar melhor a própria inteligência artificial (IA) para ajudar o corretor nas vendas”.
Para Felipe Nascimento, CEO da MAPFRE Brasil, a proximidade com o corretor de seguros significa um compromisso absoluto. O programa Juntos Resolvemos e o Conselho Nacional de Corretores foram lançados para que os corretores possam se sentir parte prioritária da estratégia da companhia. “Nenhum produto, nenhum processo e nenhuma ferramenta nova sai da companhia sem que esteja aprovado por aqueles que vão nos representar junto aos clientes. Um exemplo é o lançamento desta semana de um aviso de sinistro da MAPFRE totalmente guiado por Inteligência Artificial no WhatsApp por meio da cocriação de corretores”.
Os executivos também tiveram a oportunidade de compartilhar como as seguradoras têm aplicado as tecnologias interligadas (Inteligência Artificial Generativa, Big Data e Automação) para melhorar a experiência do cliente e apoiar a corretagem de seguros.
“As seguradoras, de alguma forma, terão que ajudar o corretor nesta jornada. Estamos falando de tecnologias caríssimas, que necessitam de uma preocupação com a segurança de dados, entre outras questões”, diz Eduardo Dal Ri, CEO do Grupo HDI.
Segundo ele, uma das formas de iniciar o contato com esse universo é aplicar a IA, independentemente do tamanho da corretora, não só para a comparação de coberturas e de condições gerais de produtos. “Se antes você só contratava pessoas para olhar seguros e sinistros, agora você tem que pensar em trazer profissionais com habilidades em IA para dentro da corretora”.
Paulo Kakinoff, CEO do Grupo Porto, defende o uso prático da IA. Conforme o executivo, dois mil corretores participaram da primeira turma da plataforma Porto AcademIA focada neste tipo de ferramenta. “Imagine o potencial que podemos ter equipando os corretores com produção audiovisual didática e específica sobre cada produto que nós vendemos. Particularmente, não acho que a IA vai substituir o humano, mas ela pode representar, do ponto de vista de ganho de eficiência, a soma do que já vimos nos últimos 30 anos de novas ferramentas”.
A transformação digital também é uma realidade no Grupo Bradesco Seguros. De acordo com o presidente da companhia, Ivan Gontijo, há dois anos o programa Opinião de Valor realiza uma escuta ativa junto aos corretores para entender onde é possível melhorar, inclusive no âmbito digital. “A maior perda de oportunidade é quando o segurador e o corretor não estão abertos para esse novo. Temos que estar todos abertos para essa transformação que veio para ficar e incrementar, ainda mais, os nossos negócios”, ressalta o executivo.











