Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros prioriza acessibilidade da população ao seguro

Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros prioriza acessibilidade da população ao seguro

65 iniciativas serão executadas em força-tarefa a partir de hoje até 2030 com o objetivo de elevar a participação no PIB nacional a 10% e, sobretudo, disseminar a cultura e a consciência do seguro, além de facilitar o acesso às diversas modalidades de proteção

Carol Rodrigues

O mercado brasileiro de seguros conheceu hoje (16/03), em evento realizado no Hotel Unique, em São Paulo, o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, Previdência Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização (PDMS).

O nome é extenso, assim como a magnitude do seu propósito. Afinal, se der certo, é um planejamento que pode mudar a participação do mercado de seguros no PIB do País e, sobretudo, contribuir com a disseminação da cultura do seguro e transforma a concepção do brasileiro quanto ao risco e irá impactar suas realidades.

Diogo Oliveira, presidente da CNseg (Crédito das imagens: Marcelo Célio)

Resultado da parceria das federações que compõem a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) – Fenseg, Fenacap, Fenaprevi e Fenasaúde – e da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor).

“Nosso setor tem sofrido com uma falta de conhecimento e da importância da indústria para o desenvolvimento econômico. Seguro é muito mais importante para quem tem menos renda do que para quem tem mais”, destacou Dyogo Oliveira, presidente da CNseg.

Ele ainda lembrou que o setor carecia de uma ação conjunta e é isso que o PMDS apresenta. “Precisamos nos engajar e remar na mesma direção. Plano foi estruturado dentro de uma visão moderna cujo foco é o consumidor”.

Segundo Oliveira, os três principais objetivos do plano são ampliar em 20% a população atendida pelos diversos tipos de seguro no País; ampliar as indenizações de 4,6% para 6,5% do PIB, e aumentar a receita do setor x PIB, de 6,5% para 10%.

“A iniciativa de promover o Plano vem em boa hora. O mercado de seguros é fundamental para a economia brasileira. Nós somos a oitava economia do mundo e apenas o 18ª no consumo de seguros. Existe uma discrepância que precisa ser corrigida”, acrescentou Armando Vergilio, presidente da Fenacor, que lembrou o fato de o PMDS ser um documento vivo, que vai agregar boas ideias e sugestões.

“O Ministério da Fazenda vê o mercado de seguros como fundamental para o País. Às vezes, o mercado é pouco visível para a população em geral, mas ele não é invisível para o Ministério da Fazenda. Sabemos muito bem a importância do setor para a  economia brasileira porque possibilita a absorção eficiente de risco para a sociedade. Temos um grande desafio pela frente”, pronunciou Marcos Barbosa Pinto, secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda. 

Ele ainda destacou o desafio de refazer o modelo do DPVAT, serviço considerado por ele como relevante para a população.

65 ações em quatro eixos

Os quatro eixos de trabalhos focados no desenvolvimento da imagem do seguro, nos canais de distribuição, nos produtos e na eficiência regulatória diagnosticaram 65 ações prioritárias com prazo de execução até 2030.

“Precisamos que todos os representantes da indústria se engajem. A indústria de seguros contribui de maneira decisiva para a qualidade de vida do brasileiro. Que tenhamos em 2030 motivo para comemorar o sucesso desse plano”, comentou o presidente da CNseg.

Alexandre Leal, diretor técnico e de Estudos da CNSeg e coordenador do PMDS, lembrou quatro grandes desafios, sendo que um deles independe do mercado, que é a distribuição de renda no Brasil.

“Temos o baixo conhecimento da população em geral do que é o seguro, os produtos para baixa renda e como distribuir e como cobrar. Inclusive, em como cobrar já temos uma luz no fim do túnel, pois algumas empresas já estão usando o Pix”.

Andrea Vairo, diretora de Clientes na Prudential no Brasil e representante do eixo da Imagem do Seguro, destacou a dificuldade da linguagem. “Precisamos colocar o consumidor no centro da nossa relação e fazer o novo branding do nosso mercado, além da simplificação da linguagem”, disse Andrea ao citar como exemplo o termo prêmio, comumente conhecido como algo que a pessoa ganha e que no mercado significa o pagamento do seguro.

Jonson Marques, diretor comercial da MAPFRE, representou o eixo dos canais de distribuição. “É necessário revisar protocolo de venda on-line para expandir atuação em outras praças ou na população de baixa renda, investir em incubadoras de tecnologia de forma unificada; organizar a base de dados dos corretores; aprimorar o estudo de ramos que estão dentro do Open Insurance; estabelecer parcerias com a ENS para capacitar intermediários e colaboradores”, citou Marques.

Dentre os pontos no âmbito da regulação, Gustavo Genovez, superintendente atuarial da Mitsui Sumitomo Seguros, citou a autorregulação dos corretores de seguros. 

No eixo de Produtos, que contempla 37 das 65 iniciativas, Angelica Carlini, sócia e diretora da Carlini Sociedade de Advogados, exemplificou ações voltadas às quatro federações. “Há um tema transversal que afeta as quatro federações. Precisamos conceituar e avaliar o potencial de adesão do embeded insurance ou seguro embarcado”.

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