Casa do Seguro na COP30: Seguro tem relevância na criação de cidades resilientes 

Casa do Seguro na COP30: Seguro tem relevância na criação de cidades resilientes 

Setor pode contribuir para modelar as reconstruções de prédios públicos; infraestrutura vulnerável não atende às necessidades da população e aumenta o gap de desigualdade

“Temos uma responsabilidade imensa para nos empenharmos na construção de cidades resilientes”, comentou Eugenio Paschoal, Chairman Marsh MCLennan.

No entanto, segundo ele, o desafio é grande. “Hoje, 87% da população brasileira vive em centros urbanos e isso implica em um trabalho de prospecção e fragmentação”, ressaltou o chairman.

Com 12 mil favelas e 32 milhões de pessoas no Brasil sem água tratada, Paschoal lembrou que a infraestrutura vulnerável não atende às necessidades da população. “Essa vulnerabilidade aumenta o gap de desigualdade”.

Paschoal ainda destacou que o Brasil vive o melhor momento na área de infraestrutura. Entretanto, os desafios trazidos pelos desastres da natureza exigem renegociação dos contratos existentes. Por isso, é necessário discutir como financiar a adaptação e como o setor de seguros pode ser indutor dos investimentos e minimizar a inseguranças dos contratos.

“A ideia do mutirão me remete à expectativa de ter corresponsabilidade de implementar agendas de ação. A agenda urbana no Brasil e na América Latina tem um espaço de corresponsabilização com as diversas formas de criarmos ações complementares de investimento na infraestrutura da adaptação tão necessárias nas cidades da nossa região”, disse Rodrigo Corradi, diretor do ICLEI Brasil.

Conforme o embaixador Antonio da Costa e Silva, assessor internacional do Ministério das Cidades, a questão da desigualdade é central para o Ministério das Cidades. “O transporte público também envolve calçadas. Nossas cidades precisam ser repensadas para serem mais inclusivas. O desafio é transformar o transporte urbano em elemento de inclusão”.

Para Karla França, analista em Planejamento Territorial e Habitação CNM, a agenda de seguros é importante, sobretudo na modelagem de reconstrução quando ocorre um desastre.

“É fundamental pensar em seguros para prédios públicos, como escolas. De um lado, temos prédios públicos que o mercado de seguros pode fazer modelagens para proteger. Do outro ponto, pensar em investimentos públicos para reconstruir os prédios. O desafio é como sensibilizar prefeitos e governos estaduais de que seguro não é custo e, sim, investimento a médio prazo”, ressaltou Karla.

“Construindo a resiliência das cidades na América Latina” foi um dos temas abordados nos debates da Casa do Seguro, realizada pela CNseg durante a COP30, em Belém (PA), em 19 de novembro.