Especialistas debatem o papel do cooperativismo e do mercado segurador nos desastres climáticos, ressaltam similaridades e que, juntos, podem contribuir para o avanço da cultura do seguro
As agendas do cooperativismo e da sustentabilidade estão totalmente integradas ao mutualismo e ao seguro. “O setor de cooperativismo está mais próximo ao mercado de seguros”, disse Vinicius Brandi, subsecretário de Reformas Microeconômicas e Regulação Financeira do Ministério da Fazenda. “Juntos, eles podem contribuir para disseminar a cultura do seguro e partir disso levar mais inclusão e proteção”.
Para Ivo Kanashiro, superintendente de Sustentabilidade da MAPFRE, o seguro, de fato, pode ser o principal mecanismo de adaptação às mudanças climáticas. “Sem o seguro não existe adaptação às mudanças climáticas. No entanto, para sermos esse vetor, precisamos dessa expansão que temos buscado e da democratização do seguro. A expertise das seguradoras é a gestão do risco. Quem sai ganhando é o cliente final, que consegue entender o seu negócio”.
A advogada Angelica Carlini ressaltou a maturidade do mercado de seguros. “Estamos maduros e prontos para o diálogo. Agora é hora de transformar em boas ações”.
Kanashiro destacou a aliança entre a expertise do gerenciamento do risco e das informações das acoplada à capilaridade das cooperativas. “Estamos neste momento trazendo a pauta da implementação”.
Brandi reconheceu o potencial do setor de seguros e toda a agenda que vem sendo discutida pelo mercado de seguros. “Dos 17 grupos de trabalhos que iniciamos, sete deles são voltados para o mercado de seguros. A nossa percepção é de crescimento do setor. O mercado de seguros está se desenvolvendo e vemos toda a agenda na área de seguros com muito entusiasmo. A última iniciativa está voltada a trazer um aperfeiçoamento para o seguro rural”.
A força do cooperativismo
Com a primeira cooperativa fundada em 1902, Alexandre Barbosa, diretor executivo de Estratégia, Sustentabilidade, Administração e Finanças do Sicredi, relatou a experiência da força do cooperativismo durante a tragédia no Rio Grande do Sul, em 2024, inclusive cedendo espaço para abrigar a Defesa Civil em sua sede.
“O seguro tem papel fundamental. É o que traz uma tranquilidade no momento de dificuldade. Seguro é um grande exemplo de como podemos evoluir. Simplificar processos. Em momentos como esse é que se valoriza a necessidade de se proteger. E é nesses momentos que a cultura do seguro avança. Assim como o cooperativismo cresceu, o seguro cresce e tem muito espaço”, destacou, ao lembrar o papel ágil das seguradoras durante a catástrofe no RS.
“O papel do cooperativismo e do mercado segurador nos desastres climáticos” foi um dos temas abordados nos debates da Casa do Seguro, realizada pela CNseg durante a COP30, em Belém (PA), em 17 de novembro.











