Experiências e conselhos de corretor para corretor

Experiências e conselhos de corretor para corretor

Reflexões de cinco profissionais também simbolizam conselhos para todos os corretores de seguros iniciantes na profissão
Carol Rodrigues

A Revista Cobertura conversou com cinco corretores de seguros para conhecer um pouco sobre como começaram na profissão, além de compartilhar experiências. O papel dos profissionais na disseminação da cultura do seguro é essencial e eles têm batalhado para que o mercado atinja o objetivo de aumentar a quantidade de pessoas e empresas sob o seu guarda-chuva. Inclusive, contribuir com o objetivo do Programa de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS) de aumentar a participação para 10% do PIB até 2030.

Conheça um pouco da história de corretores de seguros que, cada um à sua forma, construíram as suas trajetórias de sucesso, com muita luta e realização de sonhos. Aliás, do ponto de vista profissional, eles têm o mesmo sonho: ampliar a consciência da sociedade sobre a importância do seguro.

Sonho de que as pessoas entendam a necessidade de ter seguros

Em 1998, Marcio Silva, hoje CEO da Consede Corretora de Seguros, decidiu que aquele ano seria o último como trabalhador em regime CLT e resolveu empreender no ramo de despachante. Em meados do ano 2001, houve mudanças no governo estadual sobre deixar os trâmites de serviços junto ao Detran menos burocráticos e mais digitais. “Foi aí que resolvi tirar a minha Susep e agregar a corretagem de seguros ao meu negócio, pois já tinha uma carteira de clientes do despachante, e enxergava uma coisa muito próxima à outra. Foi a melhor decisão que tomei na vida”, conta.

Marcio sempre teve uma grande preocupação em propagar o seguro de uma forma institucional. “Em 2014, me tornei diretor regional do Sincor-SP, que já tinha, inclusive, uma comissão para a Cultura do Seguro, capitaneada pelo nosso saudoso Osmar Bertacini. Hoje, como VP-R1 do Sincor-SP, continuamos trabalhando forte tanto em entidades públicas como privadas”.

Como corretor de seguros, o maior sonho de Marcio é que as pessoas entendam a necessidade de ter seguros, principalmente de vida e, na medida do possível, para proteger o patrimônio, muitas vezes construído ao longo de anos.

“A Consede é muito forte no ramo de automóvel, porém, ao longo dos anos, nos especializamos também em ramos elementares, saúde, vida, RC e garantia”.

Marcio Silva, CEO da Consede Corretora de Seguros
Marcio Silva, CEO da Consede Corretora de Seguros

O sonho de ser uma corretora respeitada

Bianca Sousa, CEO da BUG Consultoria, sempre gostou da área comercial e, em 2007, ingressou na área de vendas com planos de saúde. “Hoje, sucesso total, graças a Deus. Acho a melhor aérea para trabalhar e amo o contato direto com cliente! Amo atuar nessa área”.

O sonho de Bianca na corretagem é ser sempre uma corretora de sucesso e respeitada por todos, como já é hoje.

“Contribuo com o discernimento dos meus clientes por meio de uma orientação clara, empatia e educação em saúde. Busco que cada pessoa compreenda o valor do cuidado preventivo e confie no plano como um aliado na qualidade de vida”, destaca Bianca.

Bianca Sousa, CEO da BUG Consultoria
Bianca Sousa, CEO da BUG Consultoria

Admirador da nobreza da profissão

“O início da minha trajetória no mercado de seguros foi em uma seguradora, trabalhando em vários departamentos. Quando estava no departamento de sinistros, comecei a ter contato direto com alguns corretores e a preocupação deles em atender seus segurados chamou minha atenção, do quanto era nobre aquela profissão, e é claro, os ganhos financeiros também. Em seguida, trabalhei em uma seguradora ligada a banco, onde começou a minha trajetória comercial, no ano de 1981”, lembra Evaldo de Paula, sócio da 3C Corretora de Seguros e diretor de Expansão do Grupo A12+.

“Criei minha corretora em 1989, com o mesmo propósito dos corretores que conhecia, levar proteção para pessoas e seus patrimônios”, conta Evaldo.

O sonho dele é ajudar a criar a responsabilidade nos corretores de seguros em ofertar, para toda sua base de relacionamento, proteção familiar, por meio dos seguros de pessoas.

“Minha vocação maior sempre foi proteger pessoas, porque com a experiência em indenizar famílias em caso de morte e invalidez conseguia entender a importância desta proteção, amparando, na maioria das vezes, filhos e cônjuges remanescentes”, diz Evaldo, que também contribui com a disseminação da cultura do seguro por meio de aulas para corretores em formação, palestras em empresas e conscientização junto aos funcionários da sua corretora.

Evaldo de Paula, sócio da 3C Corretora de Seguros
Evaldo de Paula, sócio da 3C Corretora de Seguros

Tenho seguro de vida desde os cinco anos

Orlando Filipe de Gouveia conta que decidiu trabalhar com seguros em 1980, quando fundou a Vértice Corretora de Seguros para lançar um único produto que tinha seguro de vida e poupança. “Tirei a habilitação de corretor de seguros em 1982″.

Na época, segundo ele, o produto que seria lançado tinha 50% da contribuição para o seguro de vida por morte natural, morte acidental, invalidez permanente por acidente e uma inovação, na época, que era a invalidez permanente total ou parcial por doença. “Os outros 50% seriam depositados em uma poupança em nome do segurado. Estava tudo pronto para o lançamento quando a Circular 13, da Susep, proibiu o seguro junto com outro produto. Mais ou menos três anos depois, a Susep autorizou o produto, porém mais pobre, sem invalidez por doença. Já estávamos com outros projetos e não nos interessamos”, conta.

Especialista em automóvel e planos de saúde, Orlando segue adquirindo mais conhecimento, seja por meio da participação em eventos, lives ou congressos, para poder ensinar. “E empenhado em ações como o ‘Minha Vida Protegida’ para maior conscientização e conhecimento do seguro por parte das pessoas. Sonho que a frase (Winston) Churchill torne-se realidade. Eu tenho seguro de vida desde os cinco anos”.

Orlando Filipe de Gouveia, CEO da Vértice Corretora de Seguros
Orlando Filipe de Gouveia, CEO da Vértice Corretora de Seguros

Construir confiança e oferecer algo de real valor

Flavio Lino de Paula, sócio da Almanza Corretora de Seguros e diretor de Marketing e Tecnologia do Grupo A12+, conta que a decisão para se tornar corretor de seguros foi mais fruto de uma combinação de circunstâncias do que de um plano traçado previamente. “Na época, eu trabalhava na área comercial do Banco do Brasil, quando a instituição começou a atuar com seguros de automóveis. Fui treinado para entender o produto e, em seguida, assumi a responsabilidade de multiplicar esse conhecimento na agência em que trabalhava”.

Ao longo da trajetória, ele percebeu como muitas pessoas ainda não compreendiam a real importância do seguro, o que o fez enxergar uma grande oportunidade de ajudar e também empreender. “O mercado de seguros me atraiu por ser um setor que combina com meu perfil: trabalhar diretamente com pessoas, construir confiança e oferecer algo de real valor para o dia a dia delas.

Minha jornada começou em 1997, e, desde então, a cada nova experiência, aprendi mais sobre como um bom seguro pode transformar a vida de alguém”.

Embora seja corretor em todos os ramos de seguros, Flavio é especializado no desenvolvimento de produtos para canais específicos, com foco na massificação. “Trabalho com produtos personalizados, que atendem de forma relevante e aderente a públicos de redes varejistas, associações, fintechs ou qualquer empresa que possua um grande volume de clientes com necessidades e características distintas”, acrescenta.

Ele atuou como professor na Escola de Negócios e Seguros (ENS), na qual teve a oportunidade de compartilhar as experiências adquiridas ao longo dos anos de profissão, ao mesmo tempo em que aprendeu muito com os alunos.

“Meu objetivo era desmistificar o conceito de seguro, explicando de forma simples como ele pode proteger o futuro das famílias. Busquei também quebrar o estigma de que seguro é algo complexo, caro ou útil apenas em situações extremas. Ao contrário, queria mostrar sua relevância e o papel essencial do corretor na proteção das pessoas e seus patrimônios”.

O maior sonho de Flávio como corretor de seguros é ver mais pessoas conscientes da importância de estar protegidas. “Desejo ser reconhecido não apenas como um vendedor, mas como alguém que ajudou a transformar a percepção das pessoas sobre segurança e planejamento financeiro. Busco contribuir para um mercado de seguros mais acessível, desmistificado e integrado ao planejamento financeiro de todos os brasileiros”.

Flavio Lino de Paula, sócio da Almanza Corretora de Seguros
Flavio Lino de Paula, sócio da Almanza Corretora de Seguros

O que o corretor experiente de hoje diria para o corretor lá em seu início de carreira?

“Diria para dar mais importância para aqueles ramos em que se tem comissão vitalícia, como vida, previdência e saúde, pois, nestes ramos, você terá uma proteção financeira permanente, porém jamais despreze os outros ramos de seguros, que também têm comissões bem atrativas”.
Marcio Silva, CEO da Consede Corretora de Seguros

“Nunca desista e acredite em Deus sempre, pois tudo pode acontecer”.
Bianca Sousa, CEO da BUG Consultoria

“Diria, Orlando, hoje você tem mais conhecimento e está mais experiente, porém você começou a vida profissional oferecendo seguro de vida e depois deixou de lado por causa do RE e, principalmente, do automóvel. Você devia ter oferecido o seguro de vida com constância e persistência”.
Orlando Filipe de Gouveia, CEO da Vértice Corretora de Seguros

“A paciência e a persistência são suas melhores aliadas. Não se cobre tanto e não tenha pressa. O sucesso vem com o tempo, e o mais importante é aprender com cada cliente, com cada erro e com cada conquista. Além disso, nunca pare de estudar. O mercado de seguros está em constante mudança, e estar bem-informado fará toda a diferença na sua jornada”.
Flavio Lino de Paula, sócio da Almanza Corretora de Seguros

“Nos fortalecemos com as dificuldades, pois grandes oportunidades aparecem nessas horas. É preciso ter a mente aberta para aprender e crescer. Buscar experiências o tornará um grande profissional”.
Evaldo de Paula, sócio da 3C Corretora de Seguros

Conteúdo da edição de outubro (280) da Revista Cobertura