Aconseg Centro-Oeste: Mudar a comunicação pode ajudar corretor a vender mais

Aconseg Centro-Oeste: Mudar a comunicação pode ajudar corretor a vender mais

Aproveitar o que está acontecendo no mundo e no entorno para contextualizar o cliente sobre o papel da indústria de seguros pode ser a chave para a mudança

O mundo mudou e o seguro não pode mais ser vendido como antes. Calma, não estamos falando de quem vende, que é o corretor de seguros, mas sim da argumentação por trás da venda. Essa foi uma das reflexões trazidas pela 2ª Convenção realizada pela Aconseg Centro-Oeste, em agosto, no Malai Manso (MT).

“Este é um momento de construção de caminhos para o futuro do canal de distribuição, de reflexão e ação. O mercado tem passado por muitas transformações. Nós, enquanto assessorias, temos o desafio e a missão de levar, através dos nossos braços, os produtos das nossas seguradoras aos corretores”, destacou a presidente da Aconseg Centro-Oeste, Enir Junker.

Enir Junker, presidente 
da Aconseg Centro-Oeste
Enir Junker, presidente da Aconseg Centro-Oeste

A presidente ainda chamou a atenção para o fato de as assessorias precisarem reconhecer a sua importância no mercado de seguros. “Mais do que intermediários, somos agentes de transformação e inclusão. Esse é um momento de construir soluções coletivas, que cada contato os ajude a sair mais fortes e unidos”.

Informações como a de que o Brasil não está no roteiro dos desastres climáticos ficaram no passado. Hoje, o Brasil já é considerado o décimo país com o maior volume de desastres climáticos.

“Do ponto de vista do nosso setor, há uma avalanche de informações pela mídia para toda a sociedade. Isso gera conscientização, cultura e preocupação. Aqui está a oportunidade de nós, como indústria de seguros, ajudarmos os corretores a tangibilizar todas essas informações em negócios”, destacou Paulo Cesar Martins, superintendente sênior de Negócios da Bradesco Auto/RE, que também é presidente do Sindseg BA/SE/TO, ao lembrar que todos desejam aumentar a penetração de seguros na sociedade.

Segundo ele, diante das transformações nas relações de consumo, na vida e no trabalho das pessoas, é importante trazer essas mudanças para o dia a dia do corretor e contextualizá-las para o setor de seguros.

“Como usamos as informações diárias para gerar negócios efetivamente? Precisamos capacitar e treinar. Mas é necessário mudar a forma do treinamento, com uma abordagem muito mais de olhar para as oportunidades, competências e comportamentos do que simplesmente falar de produto”, orientou Martins.

É neste ponto que entra a contribuição importante das assessorias. “O papel das assessorias consiste no quanto nós conseguimos, podemos e devemos impactar os nossos corretores para leválos para uma nova forma de comunicação e abordagem, e aproveitar tudo o que está acontecendo para levar uma solução interessante, bonita e leve para o consumidor final”, acrescentou Martins.

Paulo Cesar Martins, superintendente da Bradesco Auto/RE
Paulo Cesar Martins, superintendente da Bradesco Auto/RE

O mundo não é o mesmo com a IA

A Inteligência Artificial (IA) também trouxe mudanças e vem ganhando cada vez mais força, especialmente nos últimos três anos. “A evolução chegou a um ponto de ou pegamos o bonde ou ficamos de fora”, comentou João Duarte, CTO e cofundador da Olik.

Durante a Convenção, ele falou sobre o Minha Corretora Digital, uma plataforma white label, que agrega serviços para o corretor e vem sendo desenvolvida pela Olik. “A ideia é levar o pequeno corretor para o mundo digital e fazer com que ele venda sem esforço produtos que, hoje, ele não comercializa”.

Duarte ressaltou que a IA já vem sendo concebida desde 1943, mas há alguns anos mudou a forma de interação com os devices. “Hoje, a IA nada mais é do que uma ‘escrava’ do conteúdo que passamos para ela. Se passamos ética, respeito, profissionalismo e conhecimento técnico, ela será isso”.

Em seguros, ele lembrou que a IA já é aplicada em vistorias, subscrição e precificação, processamento de sinistros, reconhecimento de danos visuais, detecção de fraudes, automação interna e atendimento.

Duarte orientou a todos que experimentem a IA como ferramenta e destacou a importância de criar uma boa anatomia de prompt (pergunta e comando usados para direcionar a IA para executar uma tarefa) de acordo com os objetivos e públicos.

João Duarte, CTO e cofundador da Olik
João Duarte, CTO e cofundador da Olik

Uma nova era

“A nova lei de contrato de seguros com a lei nº 15.040/24 trouxe um upgrade para o mercado de seguros brasileiro. Temos que nos adaptar cultural, operacional e sistemicamente. O que muda é que passamos a ser um país que tem uma legislação de seguros, em vez de apenas alguns artigos no Código Civil”, destacou Marco Antonio Gonçalves, presidente do Conselho Consultivo da MAG Seguros e presidente do Fórum Mário Petrelli.

Marco Antonio Gonçalves, presidente do Conselho Consultivo da MAG Seguros
Marco Antonio Gonçalves, presidente do Conselho Consultivo da MAG Seguros

Em 11 de dezembro deste ano, todo o mercado passa a operar sob a nova lei, que está em período de adaptação desde que foi sancionada em 2024.
Gonçalves lembrou que as assessorias são fundamentais no processo de alteração porque irão ajudar a aculturar o corretor e, por fim, o consumidor de seguros.

A responsabilidade do corretor e da seguradora aumenta substancialmente com a nova lei. “A proposta e a formação do contrato de seguros, que já era importante, agora passa a ser ainda mais relevante. Agora está previsto em lei que o corretor e a seguradora têm que dar a ciência completa”.

Segundo ele, as assessorias têm o importante papel de aculturar o corretor de que não é preço que se vende, mas sim cobertura. “É preciso atender as necessidades do cliente, o preço será consequência disso. As assessorias têm um poder que não sabem qual é. Vocês estão com os corretores que fazem seguro todo dia. O poder de vocês é muito grande no fomento e disseminação do mercado de seguros”.

O presidente do Fórum Mário Petrelli ainda lembrou que estamos na iminência de termos o Universal Life, atualmente debatido em audiência pública, e simboliza uma oportunidade de negócios para corretores e assessorias. “Os corretores não vendem VGBL porque não têm margem para pagar comissão. O universal life é um produto que mescla risco e capitalização, serve para sobrevivência e riscos associados ao seguro de vida. Ele vai reinserir o corretor de seguros no planejamento sucessório e em um modelo mais moderno. O corretor vai perder essa oportunidade?”.

Todos da Convenção

O que seria do corretor sem assessoria?

José Cristovão Martins, presidente do Sincor-MT, acompanhou toda a Convenção e ressaltou defender as assessorias no mercado. “As assessorias potencializam a indústria de seguros e, para nós, corretores, cria um horizonte de oportunidades. É papel nosso como lideranças trazer oportunidades de mercado para os corretores. A assessoria ao pequeno e médio corretor é fundamental. O que seria do corretor de seguros hoje sem assessoria? Ela entra e faz uma parte do serviço do corretor e ele foca no cliente. A assessoria é fundamental para nós corretores de seguros”.

José Cristovão Martins, presidente do Sincor-MT
José Cristovão Martins, presidente do Sincor-MT

Confira as palestras da 2ª Convenção: https://m.youtube.com/@AconsegCentroOeste/streams

Conteúdo da edição 2 da Revista da Aconseg Centro-Oeste